terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vinhos da Ilha da Madeira

No século XV por ordem do Infante D. Henrique, procedeu-se à plantação da vinha com cepas de casta Malvasia trazidas da Grécia, com o objetivo de produzir vinhos doces que até então era um privilégio dos genoveses e venezianos. Com mais de quatrocentos anos de tradição, o vinho da Madeira pode ser considerado um dos vinhos licorosos mais conceituados e conhecidos em todo o mundo. O comércio do Madeira está documentado já desde o século XV como confirma a referência feita por Shakespeare na sua obra Henrique IV em que o imortal personagem Falstaff foi acusado de trocar a sua alma por uma perna de frango e um cálice de madeira.
O grande impulso à exportação do vinho Madeira foi dado no final do século XVII, com a escala obrigatória na ilha dos navios portugueses que faziam a rota do Brasil para carregamento de vinho com destino aos portos daquela colonia, por determinação do Rei de Portugal. E também pela Madeira se ter tornado um destino de passagem obrigatória, igualmente pelo século XVII que se extendeu pelo século XVIII, dos inúmeros navios ingleses, para se abastecerem de vinho tanto para as suas tripulações como para os portos das colonias inglesas da Ìndia. Sucede que alguns dos vinhos embarcados nas naus que se dirigiam para o Oriente, faziam o percurso de ida e volta. Foi então constatado que os vinhos após essa longa viagem com passagem pelos trópicos nos porões dos navíos adquiriram características especiais de aromatização ficando precocemente envelhecidos. Daqui o ter se iniciado o envio de muitas pipas à Ìndia com frete de torna-viagem, para de lá voltar o vinho melhorado. Este ficou sendo chamado "Vinho de Roda" ou "VInho de Torna-Viagem".
(continúa)

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