segunda-feira, 16 de junho de 2008

A propósito da degustação

..." A virtude de um degustador não reside apenas em sua sensibilidade para reconhecer os aromas, os sabores e a harmonia do vinho. Ele deve também saber expressar de forma clara e satisfatória essas impressões, depois de elaborá-las intelectualmente. Quando se prova um vinho medíocre, sem atributos, o silêncio é a melhor forma de expressão, principalmente quando se degusta o vinho diante de quem o elaborou. No caso, uma questão de simples educação. Por outro lado, os vinhos formidáveis, sutis, majestosos, e de grande fineza, também merecem a homenagem do silêncio reverencial, pois as palavras poderiam ficar muito aquém do que gostaríamos de expressar. Existe também a hora em que o vinho é pura descontracção e prazer, em que se bebe despreocupadamente para alegrar o espírito e bater um bom papo. Nada mais delicioso do que um honesto vinho português acompanhando mariscos e outros frutos do mar, bebido em grandes goles à beira do mar. Nessa hora uma análise rigorosa do vinho seria descabida. Considero um grave erro esquecer ou negligenciar esse lado primevo e festivo do vinho, que nos remete às origens dessa mágica bebida e de nós mesmos, homens civilizados..."
Fonte: Aguinaldo Zákia Albert, Vinho Magazine, 2002

Um comentário:

Anônimo disse...

Costumo ler seu blog (descrito como um dos melhores nesse ramos de vinho), Bebel Baeta e outros. São muito informativos e possuem temas interessantes.