A colheita foi feita no mês de abril. As vinhas , encravadas nas ladeiras da cordilheira da costa, foram colhidas a mão.As vinificações foram feitas em cubas de aço inoxidável e com o aporte de leveduras seleccionadas, tem um adequado tempo de maceração o que permitiu extrair os aromas e sabores próprios do carácter varietal.
O Carménère Tres Toros é um vinho de cor rubi profundo, com aromas varietais de pimenta verde, berries e notas de chocolate. Na boca é redondo, de boa estrutura com um final de boca, suave. Este vinho é um vinho que pode -se beber como aperitivo ou durante a comida (carnes brancas, carnes vermelhas assadas e pastas).
A CARMENÈRE E O CHILE
AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT
Depois de muitos anos de forte preponderância das chamadas “cepas globalizadas”, aquelas variedades (geralmente francesas) que caíram no gosto dos consumidores e se impuseram mundo afora, algumas castas esquecidas começam ter o seu revival.
De todas elas, a Carmenère é a que tem a história mais curiosa, tendo sido identificada no Chile há apenas 10 anos pelo ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot. Trazida da França em fins do século XIX, quando a filoxera devastava os vinhedos de Bordeaux, foi plantada no Chile e passou um longo período em total obscuridade, confundida que foi com um clone da Merlot. Quando se descobriu a forma de se evitar a filoxera através da enxertia, iniciou-se o replantio dos vinhedos franceses, mas a Carmenère não voltou a ocupar seu espaço, tendo sido descartada por ser uma variedade muito sujeita à coulure , moléstia que ataca os bagos das uvas logo que começam a florescer, causando sua queda e diminuindo dramaticamente a produção. É evidente que, após o desastre da filoxera, os vinhateiros não quisessem correr nenhum risco, o que explica as minúsculas parcelas de áreas plantadas com esta variedade na Bordeaux de hoje.
Apesar de amadurecer bem mais tarde do que a Merlot, os vinhos com ela elaborados foram sempre tidos e vendidos como Merlots, até que testes de DNA comprovassem definitivamente sua verdadeira natureza. Tal fato proporcionou ao Chile um belo trunfo mercadológico, sendo hoje o único país a poder ostentar o nome Carmenère em seus rótulos.
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