terça-feira, 6 de maio de 2008

Balzac, o comilão

Cansada das glórias sangrentas de Napoleon Bonaparte, a França passou a viver a partir de 1815 sob as ordens do tranquilo Luís XVIII, inaugurando o chamado século de oro da cozinha francesa. Surgiram, então, os grandes restaurantes. Foi, igualmente, o tempo dos grandes cozinheiros como o genial Carême. O Balzac entra nesta seara através de seus personagens, que não se contentam em comer e comentar a qualidade do que comem, mas trocam receitas e dão conselhos sobre a melhor maneira de comprar os alimentos e cozinhar os pratos. O doutor Rouget, personagem de La Rabouilleuse, se impõe como grande especialista das omeletes: " Descobriu que a omelete fica muito mais delicada quando as claras e as gemas não eram batidas junto, com a brutalidade habitual das cozinheiras. Em vez disso, recomendava bater as claras ao ponto de espuma e adicionar as gemas pouco a pouco". Essas instruções eram seguidas por sua cozinheira, Flore Brazier, emérita nas frituras e nos assados, virtudes que, segundo Balzac, são inatas, " não podendo ser adquiridas nem pela observação, nem pelo trabalho".
Fonte: Revista Gula, Pedro Cavalcanti, agosto 2002

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