Susana Barelli entrevista a Patricio Tapia na Prazeres da Mesa

A Jornalista Susana Barelli entrevista a Patricio Tapia (Jornalista responsável pela Revista Descorchados, do Chile) na Prazeres da Mesa. Escolhi duas perguntas. Uma onde fala da uva Carmenere e a outra referente aos vinhos da América do Sul:

Falando de viticultura, qual a sua opinião da Carmenère chilena?

Acompanho esta cepa desde 1987, 88; quando a provei pela primeira vez. Estou aprendendo junto com os produtores. E os produtores que têm trabalhado melhor a Carmenère sabem que é uma uva muito complexa, é uma uva delatora, que reflete o lugar de forma perfeita. Se plantada num lugar mau, tem resultados maus, mas se plantada em lugar perfeito, entrega vinhos muito bons. Os produtores sérios se deram conta que é ela não tem a vocação de ser a protagonista. Sempre a comparo com uma banda de rock. Ela não é o Mick Jagger, está mais para o baterista. Por isso mesmo, dá tão bons resultados com a Cabernet Sauvignon. O Almaviva tem, aproximadamente, 75% de Cabernet e 25% de Carmenère, e é um vinho de uma delicadeza espetacular.

Pela Wine & Spirits, o senhor acompanha os vinhos do Cone Sul. Como estão os vinhos destes países?

A Argentina está em posição privilegiada, todo o mundo quer saber dela. A atual cotação do peso torna o preço de seu vinho vantajoso; o país teve uma grande colheita em 2002 e esta colheita encontrou os produtores preparados para fazer bons vinhos. Eles já tinham passado anos difíceis, como 1998. Sou otimista do vinho argentino e do Uruguai, que precisa se focar. Eles não têm mais de 5 mil hectares de vinhos finos e não podem ser uma Argentina, que tem 210 mil hectares. Sobre os brasileiros, ainda necessito conhecer mais. Acredito que possa surgiu uma nova região ao norte do Uruguai. Os vinhos do Uruguai na fronteira com o Brasil são muito interessantes.